quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

SÃO PAULO, A TERRA DA...


Nasci em São Paulo, região de Parelheiros, extremo Sul da cidade, vulgarmente "mato" para alguns.

Minha infância era brincar na terra, correr no meio do mato, andar de bicicleta, subir em árvores, nadar no "riozinho", jogar bola,  enfim, tudo o que um ser humano precisa para ter uma infância boa.

O tempo passou, fiquei mais velho, ranzinza talvez.

Ou São Paulo mudou?

Meus sobrinhos não são como eu era.

As crianças vivem conectadas na internet (Facebook).

Escola, quando tem aula importante elas vão.

No meu tempo professor era um líder respeitado.

Hoje são apenas empregados.

As bicicletas foram trocadas por carros turbinados.

As corridas foram substituídas por "rachas".

As balinhas doces (puro açúcar) foram trocadas por drogas.

Os desenhos infantis foram substituídos por vídeo games sangrentos.

Não tinha pracinha na minha infância, mas todo mundo arranjava um tempinho pra conversar com os amigos.

Hoje o "face" ou "sms" resolve.

As relações estão acabando.

Pessoas individualistas.

Filhos desobedientes.

Eu nunca ergui a voz para falar com meus pais.

Hoje filhos batem na cara dos pais.

Dizer te amo, hoje, só da boca pra fora.

Meus amigos, que como eu, tiveram uma infância simples, querem sair de São Paulo.

O nordestino não aguenta mais viver numa cidade onde nem "bom dia" as pessoas se prestam a dar.

Fim de ano, cada um no seu lado.

Onde vamos parar?

São Paulo na minha infância era a terra da garoa.

Hoje São Paulo é a terra da enchente.

Terra da violência desmedida.

Terra da falta de educação.

Terra da corrupção.

Terra do stress.

Terra da depressão.

Ou será que eu estou errado.

O quadro do programa do GUGU explica o que estou dizendo (De Volta pro Meu Aconchego)

Aconchego significa Lar, casa, moradia, cama, cadeira confortável, braços da pessoa amada

"eu queria ter na vida simplesmente, um quintal de mato verde, pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela, para ver o sol nascer".

Assim eu quero São Paulo. A terra que eu amo.

Guinho César.








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