quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA EXCLUSIVA - ALEXANDRE COLIM - TV RECORD

Alexandre Colim
Alexandre Colim, 39 anos, nascido em Bariri (SP), casado, pai, radialista, jornalista, repórter e autodidata.

Desde 2008, no vídeo todas as manhãs pela TV Record em São Paulo, além da interação com os apresentadores dos jornalísticos Balanço Geral e SP no Ar, Colim narra com competência os principais fatos do dia e da noite.

Com passagens por grandes emissoras de rádio e TV (Líder FM, TV Record, Rádio Jovem Pan e Rádio Bandeirantes na cidade de Bauru, SBT em Jau e atualmente na TV Record em São Paulo), hoje, atendeu nosso blog para uma entrevista exclusiva.

Colim falou de seu atual momento profissional e familiar e as dificuldades do dia a dia, além de futebol e amigos.

Com vocês, Alexandre Colim.

Alexandre Colim
BGC: Apesar de estar formado desde 2007,  sua carreira começou bem cedo, tanto que você se considera autodidata. Como foi sua iniciação no rádio e na TV antes da faculdade?
AC: Primeiro, prazer em falar com você e com seus seguidores. Bom... comecei no rádio FM. Em 2002, fiz curso de rádio em São Paulo no SENAC. Minha intenção, na época, era ficar na capital, mas o mercado não estava bom, então acabou a grana e fui obrigado a voltar pra Bauru. Foi a primeira decepção. Aí fiz um teste na extinta Líder FM e fui contratado. Ali começava minha trajetória no rádio. No ano seguinte, ainda antes da faculdade, fui convidado a trabalhar na Record Bauru. Primeiro veio o rádio, depois, a TV.
 
BGC: O que é ser jornalista pra você? Como você descobriu que essa era sua profissão?
AC: Ser jornalista é vocação, ofício, a atividade profissional que abracei e vivo dela. Ser jornalista é ter um compromisso enorme com as pessoas. Transmitir informação ou opinião exige esse compromisso. Entramos na casa das pessoas sem pedir licença. Portanto,  nosso compromisso maior é com quem nos vê ou ouve. Responsabilidade, esse é o nome.

Alexandre Colim
BGC: Quais foram os benefícios que o rádio te trouxe para trabalhar na TV?
AC: Agilidade, prontidão, improviso, jogo de cintura para agir nas mais complicadas situações e muito mais. Costumo dizer que o rádio é o veículo de comunicação que me ensinou a maior parte do pouco que sei.

Alexandre Colim e Luiz Bacci
BGC: Você já trabalhou com grandes comunicadores nas manhãs da Record como Geraldo Luís e Giuliano Marcos, atualmente com William Travassos, Reinaldo Gottino e Renato Lombardi, além do programa Fala Brasil. Qual é a bagagem que você levará desses programas no seu currículo?
AC: De cada apresentador com quem trabalhei ou trabalho, extraio um pouco. Só que é preciso lembrar aqui dos profissionais do rádio e da TV com quem trabalhei no interior. Foram os que mais me ensinaram. Cito aqui J. Martins, Carlos Alberto Soares, Tony de Paula, Rafael Antonio e muitos outros. Com esses aprendi muito no rádio AM lá em Bauru. Já na TV, além desses que você citou, não posso esquecer do Luciano Faccioli e Amarildo de Oliveira. Com esses dois aprendi demais na TV.

Alexandre Colim, Reinaldo Gottino e Renato Lombardi
BGC: Você sempre valoriza os que trabalham contigo. Qual a importância da equipe que trabalha com você até que a reportagem vá ao ar?
AC: Na TV, há muita vaidade. As pessoas conjugam muito o verbo na primeira pessoa. Como aprendi que em TV nada se faz sozinho, cito sempre os nomes das pessoas com quem trabalho. Isso motiva e valoriza a equipe. O trabalho fica melhor quando há essa sinergia. Tenho pouquíssimo tempo de rua, pouco mais de duas horas. Se eu, o motorista, o auxiliar e o repórter cinematográfico não estivermos no mesmo ritmo, as coisas não saem e a matéria não vai ao ar.

BGC: Qual foi a sua melhor reportagem?
AC: Guinho, foram muitas. Me lembro de uma que fiz sobre os práticos em Santos. Os práticos são os responsáveis por assumir grandes embarcações e atracá-las nos portos. Foi um dia muito especial porque fiz em plano-sequência, formato que mais gosto. Subimos em um grande navio em alto mar pra mostrar como eles trabalham. Foi marcante.

BGC: Qual foi o assunto que você abordou em uma reportagem que mais te revoltou?
AC: Em 2009, em Franco da Rocha, na grande São Paulo, uma mãe matou a facadas o filho de oito meses e abandonou aquele pequeno corpo em um terreno baldio. Na época, minha esposa estava grávida. Quando fomos ao local, e eu vi aquela cena, me emocionei demais. Ficava me perguntando qual o motivo que levou aquela mãe a matar o filho. por que ela viu aquela atitude como a última saída? Não achei respostas. Demorei pra esquecer.

Alexandre Colim
BGC: Você tem uma grande experiência no jornalismo regional. Isso te completa ou tem algo mais que você queira fazer na área? 
AC: Tenho muitos sonhos profissionais. Na verdade, eu não sei se vou conseguir realizá-los porque depende de muitos outros fatores que vão além da competência, talento, dedicação e profissionalismo.

BGC: Todos nós sabemos que a vida do jornalista não tem horário fixo. Isso já prejudicou sua vida pessoal? E hoje, como você separa a vida profissional da vida pessoal?
AC: Sim. prejudicou e prejudica. Fico em São Paulo durante a semana e vou pro interior aos fins de semana pra ver minha família. Estar na Record aqui em São Paulo, hoje, exige de mim um esforço enorme, entrega sem tamanho, uma vida sacrificante. A saudade e a solidão são terríveis. Só não abandonei o barco ainda, porque paguei preços caríssimos pra chegar até aqui. Ainda acho que tenho algumas coisas a fazer. Se não der, terei a certeza de que dei o melhor de mim, o melhor mesmo.
  
BGC: Tendo grande experiência como repórter, você tem algum projeto ou desejo para apresentação de um jornalístico?
AC: Falta só a oportunidade.

Alexandre Colim e equipe de reportagem
BGC: Nas redes sociais, você se mostra muito crítico sobre vários assuntos, inclusive sobre a programação da TV. Como você avalia a qualidade televisiva na atualidade, inclusive jornalística?
AC: A qualidade já foi muito maior. Hoje tudo anda meio complicado. A TV é muito perigosa porque nos entorpece. Ficamos muito fragilizados e não exercemos nossa cidadania na plenitude da palavra. Quanto ao jornalismo, ainda somos o único palco ou fórum de discussões capaz de resolver alguma coisa. Nosso grande desafio é trazer mais qualidade. Brigamos por isso.

BGC: No jornalismo existe uma grande preocupação com a estética, e você já emagreceu em uma oportunidade 13 quilos. Como você avalia a ditadura da beleza hoje no Brasil?
AC: Não ligo pra essa ditadura imbecil que, como o nome diz, tira as liberdades porque impõe padrões. Sempre me cuidei, pratiquei esportes, mas fiquei uma época sem me preocupar muito. Acabei engordando. Cheguei aos cento e dois quilos, como não gostava daquilo, fechei a boca e voltei a fazer exercícios diariamente. Com quase quarenta anos, voltei ao peso dos vinte, vinte e poucos. Quanto à estética, as pessoas em casa querem ver a pessoa bem vestida, que passe uma imagem legal, mesmo em assuntos pesados. Mas não gosto de maquiagens. Faço TV de verdade e por isso odeio máscaras. Me preocupo em estar de acordo com os padrões, mas sem esquecer de estar bem próximo das pessoas que veem minhas matérias. Algo muito engomado gera distanciamento e não é assim que faço jornalismo.

Alexandre Colim
BGC: Quais são suas expectativas para o futuro profissional?
AC: Não sei por quanto tempo ainda, mas devo ficar mais um pouco em São Paulo. Tenho o objetivo de avançar mais porque há quinze anos me preparo todos os dias pra isso. Só não posso ter muitas expectativas. O que posso afirmar, com toda a certeza, é que na minha área eu posso fazer qualquer coisa, desde séries, grandes reportagens, apresentação, matérias mais engessadas, mais abertas, etc. Digo isso porque me preparei e me preparo todos os dias. Dependo das oportunidades. Peço a Deus todos os dias pra me colocar no caminho certo.

BGC: Qual a importância da sua relação com o público nas redes sociais?
AC: Importantíssima. Aproxima bastante. Mesmo no universo virtual, tenho os mesmos compromissos.

Alexandre Colim
BGC: Você é palmeirense. Como você avalia a atual situação do futebol brasileiro? E quais são suas expectativas para a Copa do Mundo? O Brasil está preparado para esse evento?
AC: Venho do rádio esportivo. O futebol brasileiro, depois da saída do Neymar, tá bem pior, fraquíssimo em qualidade. Nossos melhores jogadores estão lá fora. Tirando algumas poucas revelações, a bola tá nivelada por baixo. Apesar dessa constatação, gosto do futebol dentro de campo. Fora dele, o entorno do futebol é fétido, cheira mal, só sacanagens. Afirmo isso porque conheço os bastidores. Torço pelo Brasil porque gosto da bola no campo. Fora dele, o Brasil está cometendo um dos piores crimes contra si mesmo.

BGC: Nos fale sobre sua paixão por Arealva e Bauru.
AC: Minha casa, ar puro e meu lar. É revitalizante estar lá. Não consigo ficar muito tempo longe de casa.

Alexandre Colim
BGC: Bate-bola:
AC:
Deus: Onipresente;
Família: Base;
Fé: Certeza;
Trabalho: Vocação, ofício;
Amigos: Importantíssimos.

Agradecemos ao jornalista Alexandre Colim por compartilhar um pouco da sua experiência com nosso blog. Desejamos muito sucesso em sua carreira e vida pessoal.



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA EXCLUSIVA - OGG IBRAHIM - TV RECORD

Ogg Ibrahim, pai, casado, palmeirense, jornalista, produtor, editor, escritor, blogueiro, documentarista, cerimonialista, músico, compositor, observador do mundo e cidadão.

Com 50 anos, Ogg faz parte do grupo Record onde atua como repórter e apresentador do Jornal da Record, além de também fazer reportagens para os principais jornais da casa.

Com quase trinta anos de carreira, coleciona em seu currículo grandes reportagens de repercussão nacional. Têm passagens pela TV Morena e TV Campo Grande em Mato Grosso do Sul, TV Record em Florianópolis e TV Record em São Paulo.

Muito simpático, atendeu nosso blog para uma entrevista exclusiva. Com vocês, Ogg Ibrahim.


BGC: Você, além de repórter e apresentador, também encontra tempo para vários outros hobbies. Como consegue conciliá-los?
OGG: Sempre achei que falta de tempo é uma desculpa esfarrapada. Se você se organizar, consegue fazer tudo o que deseja. É claro que um dia ou outro a coisa aperta, mas no geral concilio trabalho, compromissos pessoais e sociais e exercícios físicos sem problemas.


BGC: Entre os seus robbies preferidos, estão o de músico. Nos conte um pouco da sua paixão pela música, e em que ela te ajuda nos outros setores da sua vida? E nos fale sobre o prêmio que você ganhou com sua composição "O Abraço da Terra".
OGG: Eu sou músico muito antes de ser "gente" (risos). Comecei a tocar violão com 5 anos de idade e nunca mais parei. Escrevi minha primeira composição aos 18, participei de vários festivais, ganhei alguns e estou finalizando meu segundo CD. Foram duas obras caseiras, sem divulgação, apenas para registro das minhas composições. A música é minha terapia - quando o dia é pesado, me tranco num pequeno estúdio que montei em casa e boto os anseios pra fora escrevendo as letras, compondo arranjos e refazendo instrumentos do que já está pronto. Desenvolver a criatividade compondo ajuda a escrever melhor meus textos. Sobre O Abraço da Terra, foi vencedora de um festival em Campo Grande/MS em 1993. A musica acabou virando um hino do estado e até hoje toca por lá. Já foi gravada por alguns intérpretes amigos e chegou a tocar até em Portugal. É minha declaração de amor à terra que me acolheu quando cheguei por lá em 87.


BGC: Ainda falando em hobbies, nos fale um pouco da sua paixão por esportes radicais, especialmente o de andar de skate.
OGG: (Risos...) O skate é uma coisa de um passado não muito recente. Hoje só umas voltinhas no condomínio com o de um vizinho. Mas já fui piloto de rally (campeão duas vezes em MS), fiz trilhas de moto, tive jipe, quadriciclo, adorava jetski e rapel. Hoje, beirando os 50 anos e com a profissão que tenho, não posso mais me dar ao luxo de ficar de molho com um braço ou uma perna quebrados (como já aconteceu umas 6 vezes antes). Então me dedico ao basquete, que jogo com colegas da Record, e sou viciado em pedaladas. Tenho 3 bicicletas que, brinco, são minhas amantes!! Pedalo quase todos os dias e é o que mantem em forma - o corpo e a mente!

BGC: Você já teve passagens pelos estados de Mato Grosso do Sul e Florianópolis, além de atualmente estar mais vinculado ao estado de São Paulo. São regiões completamente distintas. Tem algo que você tinha nessas outras regiões que não consegue ter em São Paulo?
OGG: Sim!!!! A calma e a tranquilidade. Em Florianópolis e Campo Grande as pessoas na rua são mais gentis, mais solidárias. Por causa da correria e do trânsito, em São Paulo as pessoas não dão valor a determinadas atitudes. No trânsito principalmente. Mas a cidade tem seus encantos e já me acostumei ao caos urbano que ela oferece. Ah, nas outras cidades tem uma coisa que aqui não tem: a velha passadinha na casa do amigo pra bater um papo, tomar uma gelada... Aqui só com agendamento antecipado e se o trânsito não complicar (risos)!!



BGC: O que é ser jornalista pra você? Porque você escolheu essa profissão? E quais são os principais desafios encontrados nela?
OGG: Ser jornalista é ser um contribuinte da história universal. É poder colaborar com a história de uma cidade, de um país, poder fazer parte dela, ajudar a contar e mostrar o que é certo e o que é errado. Na verdade eu não escolhi essa profissão, foi ela que me escolheu quando fui convidado para Trabalhar na TV Morena (Campo Grande) em 87. Acharam que eu tinha pinta e voz de apresentador (risos). Até que deu certo!!! Os desafios são sair todos os dias e voltar para a redação com uma boa história, o que nem sempre acontece. Quando está tudo pautadinho é fácil. O problema é quando a gente sai pra começar a apurar um caso e ele vai crescendo no decorrer do dia. Quando a matéria vai ao ar é uma realização!!


BGC: Você apresenta também, em algumas oportunidades, o Jornal da Record, que é ao vivo. Já cometeu alguma gafe que gostaria de compartilhar com os nossos leitores?
OGG: Olha, fiquei pouco mais de um ano na bancada no Jornal da Record e foi uma experiência incrível, realizadora. Mas prefiro a rua, o contato com o mundo lá fora. Não me lembro de qualquer gafe cometida na apresentação. Mas me recordo de uma situação em que terminei o jornal que apresentava em Campo Grande, praticamente agachado atrás da bancada num esforço descomunal, porque a cadeira que eu sentava tinha caído do praticável. Quase fiquei sem fôlego pra dar o "Boa Noite" (risos).

BGC: Todos nós sabemos da responsabilidade em se veicular uma notícia e buscar as fontes corretas, sabendo que lidamos com os problemas das pessoas e com a opinião pública. Como você lida com isso?
OGG: A gente aprende que o jornalismo tem de ser imparcial. Mas as vezes não é possível ser 100% assim. Como seres humanos, a gente se comove com o drama alheio, se emputece com a malandragem, principalmente na política, e comemora a superação, o sucesso e as conquistas de personagens. As vezes somos tratados como carniceiros atrás de informações sobre um crime. Mas faz parte. Sem sagacidade e persistência não conseguimos produzir nada. Procuro fazer o meu trabalho pautado sempre na honestidade e humildade.


BGC: Em seu blog (http://noticias.r7.com/blogs/ogg-ibrahim), você realça que, em algumas oportunidades, não está ali como jornalista, mas como cidadão. Você consegue separar suas opiniões do momento em que faz uma reportagem ou apresenta um jornal?
OGG: Quando apresento ou faço reportagens tenho de ser imparcial ao máximo. Mas no blog tenho mais liberdade. Ali faço os desabafos que não poderia fazer na TV. Mas sem exageros. Não gosto muito do jornalismo opinativo como vejo em alguns apresentadores de telejornais. Eu lanço a polêmica e dou o meu ponto de vista, mas quem vai julgar o que é certo ou errado, de acordo com seus credos, é o meu leitor.

BGC: Política. Como você acompanha o atual momento político do país?
OGG: Acompanho com muita apreensão. Vejo problemas sérios que a grande massa que vota desconhece. Sinto uma orquestração maléfica para o país que não está aos olhos da maioria. Acho que estamos num caminho suspeito encoberto por programas que simplesmente tapam os olhos da população inculta e carente. E isso me assusta.

BGC: Fora do trabalho você consegue separar o jornalista do Ogg José Ibrahim, já que as pessoas sempre te vêem como um representante da comunidade (sociedade)?
OGG: Sim, separo muito bem. É claro que muitos me abordam em restaurantes ou na rua, quando estou fora do trabalho, com a família, para sugerir pautas ou relatar problemas do bairro. Mas sempre ouço na boa, dou atenção. Afinal é um telespectador que me assiste, me curte. Mas na maioria das vezes procuro deixar na TV os problemas da profissão e em casa os problemas de casa. Se misturar não consigo ter uma vida tranquila em nenhum dos ambientes.


BGC: Como jornalista desde 1987, quais foram as principais mudanças que você observou na sua profissão?
OGG: A agilidade. Tempos atrás você levava horas para saber de uma notícia, um fato ocorrido na sua rua, na sua cidade, no país. Hoje tudo é registrado quase em tempo real através da internet. Mas a pressa em dar a informação muitas vezes leva à jornalistas cometerem erros que vão sendo corrigidos ao longo do dia. Já vi notícias que começaram com "5 supostos mortos" e terminaram com "apenas 2 feridos".

BGC: A classe jornalística no Brasil não é muito valorizada salarialmente, exceto alguns poucos exemplos. Na sua opinião, porque isso acontece e qual seria a solução para se resolver esse problema que afeta grande parte dos jornalistas?
OGG: Historicamente, a profissão demorou a ser reconhecida. Tanto que temos na história centenas de grandes jornalistas que nunca foram formados em comunicação. Até hoje! E agora com a tentativa (desmontada, graças a Deus!) de derrubada do diploma, tentava-se desmoralizar a profissão. O problema agrava o que já era precário. Faltam investimentos das empresas, a internet barateou o custo das publicações e com isso desvalorizou o trabalho dos profissionais. Também tenho visto gente cada vez mais nova nas redações e nas ruas, sem muito preparo ou vivência, que topam trabalhar por um salário minguante. As empresas tiram proveito disso sem pensar muito na qualidade da informação que está veiculando.



BGC: Como você vê as recentes ordens de uma emissora TV sobre a aparência dos jornalistas no vídeo (Globo proíbe jeans rasgado, manga bufante, cabelo grande e unha preta). Você concorda com essas normas ou acha que o jornalista deve decidir sobre sua aparência no vídeo?
OGG: Na minha opinião a aparência tem a ver com credibilidade. Você compraria um carro de um mendigo ou de um gerente de banco? Claro, são discriminações, mas elas tem efeito na nossa sociedade. Quando você vai para uma entrevista de emprego, não se veste de bermuda e camiseta! No jornalismo televisivo alguns acessórios chamam mais atenção que a notícia. Acho que precisa existir um padrão, mas sem exageros. Não o dos cabelos laqueados que não se mexem com o vento, mas o padrão da responsabilidade, da seriedade, da sobriedade. Senão, nada seria levado a sério.


BGC: Como você vê seu atual momento profissional e quais são suas expectativas para o futuro?
OGG: Eu estou vivendo um dos meus melhores momentos como repórter de uma grande rede. Me sinto realizado com o que faço, mas gostaria de poder fazer um pouco mais. Não ligo para prêmios, mas ainda não pintou aquela grande reportagem que eu pudesse enquadrar e pendurar na parede. Fiz grandes coberturas sim, mas querer um pouco mais, sempre, não me deixa acomodar. Tenho sempre de correr atrás do que posso fazer melhor.

BGC: Atualmente, você está mais habituado em fazer reportagens investigativas. Qual a área do jornalismo que mais te cativa?
OGG: Hoje faço um pouco de tudo. Como fico mais no factual, acabo pegando mais assuntos policiais. Mas gosto de economia, saúde, tecnologia, comportamento e fiz uma boa cobertura política quando estive em Brasília por um mês cobrindo férias de uma colega. A gente não pode escolher. O que cair na rede, tem de fazer bem feito. Não gosto de derrubar pauta pelo assunto. Só se realmente não virar. Matéria boa é a que vai pro ar, não interessa sobre o que!


BGC: Em apenas uma palavra:
OGG: Família: alicerce!
          Jornalismo: realização!
          Música: terapia!
          Fé: combustível!
          Deus: iluminação!
          Voz: ferramenta!

BGC: O que a frase ""Não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas" significa pra você?
OGG: É a essência que move o jornalismo em nossas vidas. O que seria do repórter se não fossem as perguntas que fervilham em sua cabeça? E o que seriam de nós, seres humanos, se não fossem os questionamentos que fazemos da vida? Aquele que não tem perguntas a fazer sobre qualquer coisa, não tem motivos para continuar vivendo. E jamais teremos respostas pra tudo que nos incomoda e nos intriga.

BGC: Deixe sua mensagem para os futuros jornalistas.
OGG: Leiam muito. Sejam curiosos e insistentes. Sejam desconfiados e duvidem de tudo que lhes disserem. Pesquise antes de escrever. Sejam honestos e humildes. Nunca coloquem sua profissão acima do direito dos outros. Sejam respeitosos e sinceros. E, mais que tudo, tenham fé naquilo que desejam!

BGC: Nossos sinceros agradecimentos a você Ogg e o desejo de muito sucesso em sua carreira e na sua vida pessoal também. Abraços do blogdoguinhocesar.blogspot.com

BLOG DO GUINHO CÉSAR

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA EXCLUSIVA - MARCUS REIS

Marcus Reis, gaúcho, jornalista, produtor, editor de texto e imagens, repórter, roteirista, apresentador, blogueiro, viajante e amante de música. 

Da tragédia do avião da TAM à tragédia de Santa Maria. 

De estagiário na TV Cultura à um dos principais repórteres da TV Record. 

De amante de películas à fã da apresentadora Anna Hickmann. 

Com um jeito simples de contar as histórias, ele se destacou e conseguiu ocupar o seu lugar ao sol. 

Hoje o nosso blog recebe Marcus Reis para um bate-papo sobre sua vida e carreira.

Marcus Reis

BGC: Você acha que suas experiências de infância, onde viajava por longas distâncias com sua família, influenciaram no desejo pelo jornalismo, pelo desconhecido e pela reportagem?
MR:  Gosto de viajar porque gosto do novo, do diferente, das descobertas - e é justamente essa curiosidade que alimenta qualquer repórter. Meus pais me mostraram, desde criança, que pegar a estrada - seja pra perto ou longe- é uma das melhores coisas da vida. A gente sempre descobre algo diferente, uma cultura nova, gente interessante, um caminho que nunca havíamos percorrido. Acho que o meu interesse pela reportagem começou já aí... quando eu descobri que havia um mundo gigantesco pela frente para ser descoberto.

BGC: Você se formou em jornalismo em 2007. Quais foram as principais mudanças na sua profissão, positivas e negativas, que você pode destacar pra gente?
MRPra que complicar se a gente pode simplificar? E foi o que aconteceu! De 2007 pra cá o jornalismo ficou mais simples, mais popular, passou a ter uma linguagem solta e o repórter também. Antes ficávamos escondidos dentro de um terno e hoje já podemos (sem enfrentar nenhuma cara feia de outro colega de profissão) nos entregar para a reportagem sem se preocupar muito com o que pode e o que não pode. Hoje quase tudo é aceitável, desde que possamos deixar a nossa história bem mais interessante. Sempre com ética e bom senso. É a nossa obrigação levar a informação, mas levar uma história bem contada também!

Marcus Reis

BGC: Você também é apaixonado por documentários, tanto que já produziu e ganhou prêmios nesse segmento. Ainda dá para investir nessa área ou o jornalismo não permite um investimento melhor?
MRFiz três documentários, ao lado de outros amigos jornalistas. Dois deles vencemos alguns prêmios.
Tenho um problema sério com o relógio - grande inimigo do repórter de TV. Não tenho o poder da síntese. Gosto de contar a história com calma e isso os documentários e as grandes reportagens sempre permitiram.

Desde a época da faculdade eu já sonhava em trabalhar em programas que me permitissem isso. E consegui! Hoje, no Domingo Espetacular e no Câmera Record, nossas matérias são grandes, podendo aprofundar qualquer assunto e trazer muito mais informação para quem nos assiste.

Marcus Reis

BGC: Atualmente você está fazendo reportagens especiais para os programas Câmera Record e Domingo Espetacular, o que possibilita ser conhecido no Brasil inteiro e em outros países. O que representa a TV Record na sua carreira?
MRSou e sempre serei grato à TV RECORD. Todos aqui sempre acreditaram e apostaram no meu trabalho.


Marcus Reis

BGC: Muitos imaginam um jornalista sempre certinho (almofadinha), mas você é eclético nos gostos musicais, indo de Bob Dylan à Zezé de Camargo e Luciano, além de trio elétrico com Ivete Sangalo e Funk. Esse seu ecletismo te ajuda a conhecer e entender melhor as pessoas?
MRSempre gostei de coisas simples e coisas simples sempre me fizeram feliz. Talvez seja por isso que não preciso de muito pra entender seja quem for. Já entrevistei a presidente Dilma e no mesmo dia fui gravar embaixo de uma ponte, mostrar o dia a dia de quem não tem nem o que comer. Já fiz matérias sérias com governadores de Estado, mas também já gravei dando banho em porcos. Não importa quem seja. O desafio do repórter é conseguir a boa história, seja quem for. Isso pra mim é um grande prazer.


Marcus Reis

BGC: Você tem os blogs http://fuiviajarn.wordpress.com/http://marcusreis.wordpress.com/ e o site http://www.jornalistamarcusreis.com/, além de estar ligado nas mais variadas redes sociais. É importante pra você manter o contato com seus fãs? Qual a importância dessa relação no seu dia a dia?
MRGosto de saber se a galera gostou ou não do que gravamos. Se surtiu efeito, se alguém vai ajudar, se causou revolta... A melhor maneira de saber se quem está do outro lado da tela aprovou nosso trabalho é conversando com quem assiste. Hoje as redes sociais te permitem esse contato. É fantástico! Já mudei muita coisa no meu trabalho só por causa desses retornos. Gosto de conhecer quem está do outro lado da telinha.

Marcus Reis

BGC: Qual foi a reportagem que mais te emocionou na sua carreira?
MRDifícil saber. A minha primeira reportagem foi muito emocionante. Contei a história do Willian, um gurizinho de 5 anos que sofria de leucemia e estava na fila do transplante. Ele me contou que tinha dois sonhos: ser cantor e padre. Quando a matéria foi ao ar Willian não tinha conseguido esperar e morreu. Me doeu demais. Lembro até hoje da musiquinha que ele me cantou.
As tragédias do avião da TAM e da boate Kiss em Santa Maria também nunca mais vão sair da minha memória. Todos choramos juntos.
Histórias nem sempre têm um final feliz... e a gente tem que estar preparado.

Marcus Reis

BGC: Qual foi a reportagem que mais te revoltou na sua carreira?
MRGravamos, recentemente, o documentário "Laranjas do Sertão", exibido no Câmera Record. Denunciamos a suspeita de desvio de dinheiro público. Verba que deveria ser usada para melhorar a vida de gente que já não tem nada. Seu Bartolomeu, um dos nossos personagens, me ensinou a cavar a terra até achar água, já que onde ele mora não tem nem água encanada. Passamos um dia dentro de um buraco até encontrar água e matar a nossa sede. Enquanto isso os governantes vivem em casas de luxo e sem dar explicações. A situação desse povo me revoltou bastante.


Marcus Reis

BGC: Mande uma mensagem para os futuros jornalistas que te acompanham.
MRSe preparem porque a profissão não é fácil! Se vocês amam isso tudo, estão prontos à deixar a família um pouco de lado, a ficarem sem alguns finais de semana, sem feriados, passando noites em claro, tudo por uma boa história: sejam bem vindos à melhor profissão que existe!


Nossos agradecimentos ao jornalista Marcus Reis pela entrevista. Desejamos muito sucesso em sua carreira e vida pessoal.

BLOG DO GUINHO CÉSAR

sábado, 15 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA EXCLUSIVA - MILTON NEVES

Com larga experiência nos meios de comunicação, Milton Neves, nascido em 1951, na cidade de Muzambinho, estado de Minas Gerais, é locutor, jornalista especializado em esportes, escrivão de polícia aposentado, e, sem dúvida nenhuma, o maior vendedor da TV. 

Já passou pelos programas de maior sucesso no meio esportivo como o Mesa Redonda da TV Gazeta, Canal 100 na TV da extinta TV Manchete, Supertécnico e O Grande Momento na TV Bandeirantes e o Debate Bola e Terceiro Tempo na TV Record. 

Mas não foi só no meio esportivo que Milton Neves fez sucesso, na TV Record ele também apresentou o Roleta Russa, um game de perguntas e respostas, que acabava com o participante perdedor caindo num buraco "sem fim", e o Cidade Alerta durante seis meses.

Nas rádios, esteve por mais de 33 anos na Jovem Pan e atualmente apresenta seus programas esportivos na Rádio Bandeirantes.

Empresário de sucesso, lançou vários livros e também se dedica aos setores agropecuário, midiático, imobiliário e de publicidade.

Hoje, apresenta na TV Bandeirantes os programas "Gol, o Grande Momento do Futebol" e o  "Terceiro Tempo". 

A seguir, a entrevista exclusiva com MILTON NEVES. 

Para começar, convido você a conhecer um pouco da história de vida de Milton Neves no seu blog. Preferi não resumir porque acho a história fantástica em todos os seus detalhes.
Link: http://blogmiltonneves.bol.uol.com.br/blog/2013/08/06/do-porao-aos-meus-62-anos/

Agora, nossa entrevista ao talentoso e simpático Milton Neves.

BGC: E como surgiu essa paixão pelos merchans? É só pelo dinheiro ou isso é um desejo subliminar de ser vendedor?
MN: Faz parte do meio esportivo de rádio e TV. E odeio dinheiro. Sou comunista.


Blog do Milton Neves

BGC: Além de rádios em alguns estados brasileiros, você também passou por algumas TVs. Qual ou quais foram suas lembranças positivas e negativas até o dia de hoje?
MN: Eternamente, agradeço a Deus, Jovem Pan e as Redes Record e Band.


Blog do Milton Neves

BGC: Você tem muitos fãs, mas também colecionou alguns desafetos por causa do seu jeito espontâneo de ser. Você já se arrependeu de alguma opinião que deu no rádio ou na TV?
MN: Não tenho desafetos, apenas uns quatro ou cinco mal agradecidos e mal agradecidas.


BGC: Na Record, você fez grande sucesso com os programas Terceiro Tempo e Debate Bola. A sua saída foi um pouco estressante. Você tem alguma mágoa da emissora ou seu único desafeto foi um apresentador?
MN: Da TV Record, nunca. Do cruel Roberto Justos, sim. O caso está na justiça.



BGC: Nos fale um pouco de seu livro. O que vamos encontrar lá? Faça seu merchan.
MN: É um registro da minha história, com diversas passagens da minha vida profissional e pessoal. Também tem muitas fotos marcantes.

BGC: Como foi pra você ter revelado alguns nomes de sucesso na TV como a Renata Fan? Como é que você descobre um talento?
MN: Fiquei feliz, pois fui revelação também. Mas não falo de pessoas que pude ajudar. Elas que se manifestem.


Blog do Milton Neves


BGC: Como é o Milton família? Você consegue encontrar tempo para curti-la?
MN:  Hoje sou "bem vagabundo", tô fazendo o que não fiz de 72 a 2005.

BGC: Você tem mais algum projeto que quer estrear na TV?
MN: Sim e não. Na TV você é firme como prego na gelatina, mas a qualquer momento pinta algo novo.



BGC: E aposentaria. Algumas vezes você disse que queria se aposentar. Isso é verdade ou não pensa nisto ainda?
MN: Fiz 62.5 e isso é normal, mas vou esperar me aposentarem.

BGC: Nos fale de seu momento profissional e suas expectativas na TV, inclusive sobre audiência.
MN: Estou vivendo um momento lindo e gostoso na Band, mais 5 rádios, Revista Placar, jornal Agora São Paulo, Blog, Portal próprio, Twitter, Facebook, ufa...


Blog do Milton Neves


BGC: Para terminar, deixe sua mensagem para seus fãs e telespectadores.
MN: Trabalhem e muito. Querem ter sorte? Trabalhe que ela aparece! 



BGC: Obrigado Milton, te desejo muito sucesso na sua vida profissional, pessoal e familiar.
MN: Obrigado! Abraço aos amigos do blogdoguinhocesar.blogspot.com.br


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