Ele nasceu em janeiro de 1969, é jornalista, crítico de TV, chefe de produção e de reportagem, coordenador artístico, editor do Portal Jovem Pan Online e Parabólica JP e colunista do programa Todo Seu da TV Gazeta.
Com grande experiência na área, ele vai falar sobre TV, rádio, família, amigos, e contar algumas histórias que marcaram sua vida.
O Blog do Guinho César entrevista com exclusividade o jornalista José Armando Vannucci.
Com grande experiência na área, ele vai falar sobre TV, rádio, família, amigos, e contar algumas histórias que marcaram sua vida.
O Blog do Guinho César entrevista com exclusividade o jornalista José Armando Vannucci.
JAV: Esta é uma pergunta que parece ser muito simples, mas que abre uma reflexão interessante sobre uma profissão que se transforma a cada instante. O jornalista é a pessoa que vai apurar e transmitir as notícias da forma mais equilibrada e isenta, mesmo que tenha uma opinião sobre o assunto. Na verdade, o bom jornalista é aquele que sabe captar as emoções e levá-las até seu público, esteja ele no imprenso, rádio, TV ou nas novas plataformas. Nos dias atuais, com tantas transformações, a notícia não é mais propriedade de ninguém. Qualquer cidadão com um celular pode filmar e registrar os fatos, publicá-los em redes sociais e ser o responsável por sua transmissão. O jornalista terá o olhar diferenciado, vai apurar algo a mais e usar de sua sensibilidade. Ele vai formar opinião dos outros.
BGC: O que te faz permanecer tanto tempo no rádio? Como nasceu essa paixão?
O rádio é uma grande paixão, um veículo vibrante e sem rotinas. Gosto de estar perto das pessoas, de conversar e trocar ideiais. O rádio possibilita tudo isso. E por exigir muito improviso e jogo de cintura é uma grande escola de comunicação. Tenho o privilégio de trabalhar na Jovem Pan, uma rádio que me cobra notícia apurada e qualidade, porque sabe que de nada adianta audiência se não estiver associada a credibilidade.
BGC: Suas participações no programa Todo Seu, da TV Gazeta, te aproximaram muito do público, que passou a conhecer mais o Vannucci. Como você encarou esse desafio do Todo Seu? Como surgiu o convite?
JAV: O "Todo Seu" surgiu meio no acaso, depois de uma participação no programa. A diretora Ellen Dastre buscava alguém para falar sobre TV ou fazer fofoca e gostou da química entre eu e o Ronnie. Assumi o compromisso por 6 meses e já estou lá há pouco mais de 8 anos. Só um tempo depois é que contei a todos que era filho de um antigo amigo do Ronnie. Nem ele lembrava. O "Todo Seu" é outro privilégio em minha profissão. É muito bom trabalhar ao lado do Ronnie e na Gazeta, uma emissora que dá liberdade, respeita o profissional e sempre está aberta a sugestões. O engraçado é a aproximação com o público. Sou um jornalista que está mais acostumado a ter o foco na reportagem, no texto ou na entrevista. O jornalista é sempre o menos importante. Com a TV isso é diferente porque entro na casa das pessoas. Confesso que no começo foi bem difícil lidar com isso. Sou tímido e precisei aprender muitas coisas. Uma vez, estava no shopping com minha família e veio uma moça muito bonita falar sobre meu trabalho. Ela disse: "posso dar um abraço?. Sou sua fã e acompanho sempre". Ela estava acompanhada pelo noivo e fiquei muito sem jeito de dar um abraço. Não sei se ela entendeu a reação de um tímido diante de um fato inusitado, mas comecei a aprender a lidar com isso naquela tarde.
BGC: Falando em Ronnie Von, suas histórias se cruzaram ao longo da vida. Nos conte um pouco sobre isso.
JAV: Ronnie é um grande amigo de meu pai, que também foi músico nos anos 60 e 70. Os dois trabalharam juntos na Record e muitos anos depois tinham amigos em comum e, por isso, frequentavam os mesmos lugares. Em minha adolescência, em algumas festas, encontrei o Ronnie, mas o contato maior era com meu pai. Ai veio o "Todo Seu" e achei melhor não contar de quem eu era filho para não influenciar em nenhuma decisão. Só contei quando tudo estava consolidado e havia assinado um compromisso maior com a Gazeta. Gosto de ouvir o Ronnie e, sempre que posso, dou algumas sugestões em questões ligadas ao trabalho dele.
BGC: No Todo Seu, vocês buscam uma audiência qualitativa. Esse perfil de programa te dá mais liberdade em relação ao seu trabalho?
BGC: O jornalismo tem que estar em constante mudança. Quais foram as mudanças negativas e positivas que você poderia destacar nestes mais de vinte e cinco anos de experiência?
JAV: Eu poderia falar que uma mudança negativa é a chegada da internet que afastou o jornalista fisicamente de sua fonte porque entrevistas e apurações são feitas através do e-mail e não no olho a olho. Entretanto, essa tecnologia possibilitou mais velocidade e contatos que antes não aconteceriam. As mudanças são necessárias e consequências naturais do movimento da vida. Não sou muito saudosista, acredito que devemos estar atentos ao nosso tempo e, se possível, antecipa-lo. Tenho que reconhecer que os últimos anos foram intensos, cheios de novidades e provocativos. O grande avanço é sem dúvida a adoção de um tom mais informal para o jornalismo. Seriedade e cara fechada nunca foram sinônimo de credibilidade, assim como o bom jornalista não está restrito às editorias de política e economia. O entretenimento bem feito também é algo valorizado pelo público.
BGC: Como crítico de TV, você adquiriu um perfil diferente, menos polêmico, mais próximo e menos inimigo dos artistas. Isso foi fundamental para o teu sucesso no rádio e na TV?
JAV: Acho que sim. Na verdade, eu não preciso ser inimigo de ninguém para falar sobre seu trabalho. O que respalda minha análise é o fato de não entrar na vida pessoal do artista, apesar de saber o que muita gente faz longe da TV. Com isso, posso apontar os erros de um artista que ele continuará me respeitando. A questão é o equilíbrio. Não acredito que o bom jornalista é aquele que só bate e que todo mundo tem medo. O respeito que vem pelo medo não é respeito, apenas uma posição de submissão. Gosto de estar na mesma altura das pessoas, trocar, compartilhar e agir com ética. E o público gosta desta postura que foge dos apelativos.
BGC: Furos de reportagem, como a ida de Ana Maria Braga pra Globo, do Gugu pra Record, entre outros, foram importantes na sua carreira. O bom relacionamento com o meio facilita esses momentos pra sair na frente na hora de dar a notícia?
JAV: Sim. Amizade é tudo. Respeito é tudo. Muitas coisas (furos) caem em meu colo pelo respeito que executivos e artistas têm pelo meu trabalho. A ida da Ana Maria para a Globo foi uma grande sorte. No especial ao vivo do "Sai de Baixo" sentei numa das primeiras fileiras. À minha frente estavam Ana Maria Braga e Marluce Dias, que na época era a pessoa mais poderosa da emissora. E fiquei ali observando. Claro que não consegui ouvir a conversa, mas observei a aproximação das suas. Depois daquela noite, fui criando uma rede na Record para acompanhar a movimentação da Ana até que um dia ligaram para avisar que ela sairia assim que terminasse o programa que estava no ar. Fonte segura, dei a notícia no ar, no meio da tarde. Imediatamente, um diretor da Record ligou perguntando o que funcionaria como contraproposta para ela. Outro furo importante foi a contratação de Ratinho. Poucas pessoas estavam envolvidas na negociação, entre eles um amigo que, na hora certa, entregou a notícia. Aliás, o mais importante é saber respeitar sua fonte, não colocá-la em situação complicada e só dar a notícia na hora certa.
BGC: Como um grande especialista em audiência de TV, você lida constantemente com quedas e crescimentos nos números. Qual é a sua avaliação do atual momento que a televisão está passando, inclusive a queda da Globo?
JAV: É um momento ímpar na comunicação brasileira e não é somente a TV que sofre com fuga de público. Há uma acomodação com a chegada de novas plataformas. Houve uma pulverização, o que é muito importante, mas não ocorreu diminuição de pessoas atrás de conteúdo áudio-visual. Ainda vai demorar um pouco para tudo se acomodar. Em relação à Globo, é natural que sua queda apareça mais, afinal é a que tem mais participação no bolo. O importante é que tudo isso ajudará a melhorar a produção brasileira.
BGC: Você também tem grande experiência em disseminar informações sobre o meio ambiente, tanto que já recebeu um importante prêmio por falar desses assuntos. Nos fale sobre a paixão por esse tema.
BGC: Anualmente, na bancada do Troféu Imprensa do SBT, você tem um contato muito próximo com o maior apresentador da TV brasileira, Silvio Santos. Como é a sua relação com o homem do baú?
JAV: É engraçado que todo acha que sou amigo íntimo do Silvio Santos. Não sou, mas sei que ele respeita muito meu trabalho e demonstra isso durante o Troféu Imprensa. Quando estou lá, observo cada gesto dele, postura diante do público e andamento do programa. Às vezes, até fico meio perdido como um garoto que olha seu ídolo do futebol. Para quem gosta e fala sobre TV, nada melhor do que estar ao lado do Mestre.
BGC: Você tem uma longa história, que chega até a se confundir com a história da rádio Jovem Pan. O que ela representa na sua vida? E quais são seus projetos na Jovem Pan para o futuro?
JAV: Tenho um grande envolvimento com a Jovem Pan. Foi a minha escola de comunicação, onde cresci profissionalmente e fiz muitos amigos. Por isso, tenho um carinho especial. Acompanhei e ajudei a mudar algumas coisas e atualmente faço parte de mais uma transformação. Recentemente, passei para o "JP Morning Show", que é uma das apostas desta nova fase por reunir a credibilidade do jornalismo com a modernidade do FM. Estou gostando muito deste desafio e posso dizer que meu projeto de futuro está muito lugado ao presente que vivo no Morning.
BGC: No Blog Parabólica JP, semanalmente, você interage com seus ouvintes e telespectadores, que por consequência, também são seus leitores, além de estar na rede social diariamente. Como é lidar com as mais diferentes plataformas no dia a dia?
JAV: Gosto disso. Quando eu era pequeno dizia que um dia trabalharia ao mesmo tempo na TV, rádio, jornal e revista. Estou na Jovem Pan, na Jovem Pan Online, no Parabólica, na TV Gazeta e na revista Chat. Falta agora um jornal. E um pouco mais: o que vier pela frente. Ah, tem os eventos também, mas sempre dentro do meu perfil.
BGC: Qual a sua analise do atual momento das novelas brasileiras? Está faltando criatividade nos autores para atrair maior audiência?
JAV: Não é a falta de criatividade que derruba a audiência, mas a pulverização do público. Acho que não atravessamos um bom período porque nos acostumamos com textos mais ágeis e os atuais são mais lentos. A vida mudou e a dramaturgia tem que acompanhar o ritmo. Ao mesmo tempo, vejo que coisas novas estão surgindo. O Silvio de Abreu, por exemplo, é supervisor de novos autores. É a experiência com o novo e isso parece ser bem interessante.
BGC: Ainda falando de novelas. Na sua opinião, porque a novela Pecado Mortal, da TV Record, é campeã de elogios e perde para a reprise de Rebeldes no horário?
BGC: O que é sensacionalismo na TV? Você pode nos dar um exemplo de programa sensacionalista atual?
BGC: Mesmo estando na rádio Jovem Pan, certamente você acompanha a evolução do rádio brasileiro. A rádio AM perdeu fôlego para a FM? Quais são os principais desafios do rádio na busca pela audiência nos próximos anos?
JAV: O rádio também está em fase de transformação e, mais do que nunca, o conteúdo é moeda mais valiosa. Por isso, o FM busca mais elementos do AM. O fato é que já não faz mais sentido você somente tocar música no rádio porque o jovem monta a sua programação, salva num dispositivo e ouve o que quer na hora em que desejar. É preciso oferecer algo que ele não tenha. Acho que vem um novo jeito de fazer rádio, mais participativo, mais informativo, mais colaborativo.
BGC: Seu trabalho no rádio, TV e internet, ocupa grande parte do seu dia. Como você consegue conciliar o tempo com família e trabalho?
JAV: Minha mulher é muito compreensiva com isso e minha filha sabe que o trabalho é importante, mas nós temos o nosso tempo quando TV e rádio não entram. Em época de provas de minha filha, por exemplo, não marco nada à noite para que possa ajuda-la nos estudos. Faço questão de participar deste momento. Já meus amigos, sabem que quando chego num churrasco aos domingos a televisão precisa estar ligada. Graças a Deus tenho pessoas bacanas ao meu lado.
BGC: Vamos fazer aqui o Troféu Vannucci.
JAV:
Novela preferida: Como Salvar Meu Casamento, na TV Tupi. É a minha primeira lembrança de novela e assistia com minha mãe.
Melhor Ator: Tony Ramos
Melhor Atriz: Fernanda Montenegro
Programa de auditório: Programa Silvio Santos
Programa de humor: TV Pirata
Programa jornalístico: Fantástico, nos anos 80 e 90.
Programa de entretenimento: Mix TV, que revelou muita gente bacana na Gazeta.
Programa de entrevistas: Ponto de Encontro. Marília Gabriela apresentava na Globo após TV Mulher.
Programa Infantil: No Mundo da Lua
Apresentador: Silvio Santos
Apresentadora: Hebe Camargo
Cantor: Emílio Santiago
BGC: Para finalizar. Mande uma mensagem para os futuros jornalistas.
JAV: É uma frase curta que ouvi de Maria Adelaide Amaral: "O talento humano é o que move tudo". Eu aprendi com ela que é bom apreciar e aplaudir o talento humano e a respeitar quem tem o que dar ao outro.
Agradecemos a atenção dada ao blogdoguinhocesar.com e lhe desejamos muito sucesso em sua vida profissional e pessoal.
Abraços a todos. E estou aqui sempre a disposição.
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