Ele é jovem jornalista, apresentador, repórter, diretor e roteirista de cinema, viajante e apaixonado por Minas Gerais.
Atualmente, trabalha na TV Record MG como repórter e eventualmente como apresentador do Balanço Geral local.
Suas reportagens nacionais são exibidas principalmente no Cidade Alerta de Marcelo Rezende.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Guinho César, ele falou sobre sua rotina, família, trabalho, Brasil, Dilma Rousseff, seus planos para o futuro e muito mais.
Acompanhe a entrevista exclusiva com Raphael Polito.
BGC: Defina Raphael Polito?
RP: Nós estamos sempre em transformação. Erramos e corrigimos nossas ações a medida que o tempo passa. Mas, hoje, eu me definiria como alguém capaz de lutar de forma incansável pelo outro, em busca de uma condição digna e justa. Um inconformado com a desigualdade social, diante da nossa realidade. E escolhi as palavras como as melhores armas.
BGC: O que é ser jornalista pra você?
RP: Acho que é ter a capacidade não só de informar, mas também, de formar opiniões. No mundo que vivemos, precisamos, cada vez mais, dar o exemplo. Buscar uma cidade, um estado, um País e um mundo melhores. Ser jornalista é poder experimentar, vivenciar, e ter acesso a sensações, positivas ou negativas, de circunstâncias diversas do cotidiano que a maioria não tem! E assim, ter o dever ético e moral de transmiti-las com verdade e compromisso.
BGC: Como surgiu esse interesse pela área jornalística?
RP: Quando era criança, ficava fascinado com as histórias contadas na tv. Sempre adorei assistir programas jornalísticos com grandes reportagens desbravadoras e curiosas. Minha escolha pela profissão aconteceu em meados da década de 1990, quando estreou o "Aqui Agora". Admiro Gil Gomes como jornalista e contador de histórias. Ele é minha inspiração. Naquele tempo, brincava com um amigo no sítio da minha família no interior de São Paulo. Ele segurava uma velha caixa de sapato como câmera e eu um tubo de papel higiênico com uma bola colada em cima. Era nosso microfone. Corríamos pelo jardim como se contássemos histórias na televisão e eu gritava: "Corre Juanir, corre Juanir...", (risos). Na tentativa de dar mais realismo a brincadeira que, naquele instante, definiria meu futuro profissional.
BGC: Você já trabalhou com os paraenses, paulistanos, santistas, itajaienses, curitibanos, florianopolitanos, brasilienses, e atualmente com os mineiros. Isso foi bom ou você tem vontade de se fixar em um estado só?
RP: As melhores experiências de vida que tive foram, justamente, as mudanças (risos). E foram muitas. Esse contato com pessoas, regiões e culturas completamente diferentes me fez alguém melhor. Eu aprendi muito com cada um que conheci, no trabalho ou fora dele. E as lições continuam. Aproveitamos que não tínhamos filhos para aceitar todos os desafios que foram colocados a nossa frente. Digo tínhamos, porque minha esposa está grávida e vivemos uma fase maravilhosa. Agora, os planos são outros. Não dá mais pra fazer loucuras! (risos). Nossos planos são de ficarmos em Belo Horizonte que nos acolheu com tanto carinho. Aqui, estamos próximos de gente maravilhosa e ao mesmo tempo num lugar estratégico. Podemos ir a Brasília onde está boa parte da família dela e a São Paulo e Santa Catarina onde estão mais pessoas da minha e da família dela, também. Sem contar que tenho tido um prazer imenso de trabalhar na Record Minas onde estão profissionais fantásticos. Minha esposa, que é médica, sempre foi uma guerreira. Me apoiou e me acompanhou, sempre. Toda vez que mudamos de cidade foi por conta da minha profissão. Experimentamos cada oportunidade pra alcançarmos nossa felicidade. Uma sede infinita que compartilhamos em ajudar quem precisa.
BGC: Fazer jornalismo policial e lidar com os dramas das pessoas, requer do profissional uma bom equilíbrio para não prejudicar sua vida pessoal. Como você lida com essa realidade?
RP: É verdade. Não dá pra contar quantas vezes me emocionei com alguma história. Foram milhares! Já chorei e sorri, não só em reportagens policiais. Eu posso dizer que sou um cara espiritualizado. Essa fé me ajuda todos os dias quando uma história cai em minhas mãos pra ser contada. Eu me aproximei de muitos entrevistados e criei amizades duradouras pelo País. Aquela questão que jornalista tem que ser neutro, não serve pra mim, de fato.
BGC: Em 2013 você sofreu uma tentativa de homicídio em frente à TV Record de Belém. Em que isso influenciou na sua rotina? E esse foi um dos motivos de você ter saído da Record?
RP: Sim. Foi um trauma que consegui superar. A gente não escolhe passar por uma situação de violência extrema como essa, ela simplesmente acontece. Eu sempre recebi todos na porta da Record Belém para tirar uma foto, ouvir alguma denúncia, reclamação ou pedido, sem ter receio de algo ruim. Queria e quero sempre estar perto de quem precisa de alguma ajuda. Perdoei o rapaz que cometeu esse ato tão inconsequente. Quando fiquei frente a frente com ele, disse que estaria na torcida pela recuperação. Eu realmente acredito que todos podemos mudar e fazer tudo diferente na vida. Naquela tarde de 26 de agosto, minha esposa estava comigo. Ela presenciou tudo. Isso foi definitivo na minha decisão de sair de Belém, onde estávamos bem. Por segurança imediata e pela saúde de nós dois. Tive que tomar uma decisão rápida, porque o acusado, ainda, estava solto e desconhecíamos a motivação do crime. Não queríamos correr o risco de uma nova surpresa. E eu mantenho minha rotina normal. Vou a padaria de chinelos, tomo sorvete na esquina e paro pra falar com quem me reconhece na rua e as vezes quer um simples abraço. Não somos donos do destino.
BGC: Também em 2013, você teve uma rápida passagem pelo SBT em Brasília. O que te fez retornar para a Record? Houve alguma incompatibilidade?
RP: Eu amei trabalhar no SBT. Assim que sai da Record, decidimos ir para Brasília, onde está a família da minha esposa. Na semana em que anunciei que sairia da Record, tive contato com um amigo do SBT no norte que fez a ponte com a direção da emissora no DF. Na mesma manhã que cheguei a Brasília fui a uma reunião, logo cedo, com o diretor executivo de lá e adorei os novos projetos do canal. Naquela semana, o gerente de jornalismo me chamou pra conversar e assumi, então, o cargo de repórter. Havia expectativa deles e minha de uma futura apresentação a partir de janeiro, mas nossos planos deram errado, infelizmente, e tive que sair. Admiro os colegas de lá pelo profissionalismo. Fiz muitas amizades também. Em nosso meio, as pessoas vem e vão o tempo todo e é importante manter o bom relacionamento e a ética. No SBT, reencontrei muitos colegas. O convite pra retornar a Record veio em seguida, quando surgiu uma vaga em Minas Gerais. Há um detalhe, a meu favor que, por paixão ou dom, consigo ter sem dificuldade: a versatilidade na produção de reportagens. Faço mercado financeiro, operação policial e matérias de esporte com o mesmo amor e dedicação. Não tenho algo preferido, simplesmente, me sinto realizado ao contar uma história.
BGC: Como você define o seu atual momento na condução do Balanço Geral Minas, além das participações no Cidade Alerta com Marcelo Rezende?
RP: Estou muito feliz com as novas oportunidades. Aqui em BH sou repórter, mas, eventualmente, apresento o Balanço Geral na ausência do colega, super competente, Mauro Tramonte. Poder mostrar meu trabalho no Cidade Alerta é uma realização pessoal. Costumo dizer que alcancei a grande maioria dos meus sonhos com suor e determinação. Essa fase está sendo gratificante porque sei o quanto é importante estar numa posição de tamanha responsabilidade. Os programas atingem milhares de pessoas, ao mesmo tempo, e aqueles minutos de ao vivo ou reportagem, podem ser definitivos na opinião e na tomada de decisões de quem assiste.
BGC: Você é apaixonado por cinema, tanto que é diretor e roteirista. Essa é sua profissão preferida?
RP: Eu de fato sou apaixonado pela sétima arte, mas hoje, não me vejo trabalhando com isso. Cinema é algo que faz parte das minhas histórias pessoal e profissional, mas levo comigo apenas pelo entretenimento. Minha profissão preferida é o jornalismo.
BGC: O jornalismo está em constante renovação. Pra você, são importantes essas mudanças?
RP: Importantíssimas. Saímos do "be-a-bá" de contar o fato em si e partimos para algo mais expansivo. A internet globalizou o diálogo, facilitou a proximidade e causou a integração dos meios de comunicação. Foi inevitável. O amadurecimento da notícia no Brasil segue o ritmo daquelas contadas na Europa e nos Estados Unidos onde o jornalismo é mais opinativo. Não podemos ficar sempre em cima do muro quando se têm uma máquina de comunicação nas mãos.
BGC: Muitos dizem que o jornalismo da Record é sensacionalista. O que você diria para essas pessoas? O que é jornalismo sensacionalista pra você?
RP: Acho que essa linha é muito tênue. Mostrar a verdade não é ser sensacionalista. A Record tem a maior grade de notícias do Brasil. E isso exige muita seriedade e compromisso. Nosso País enfrenta as duras consequências de um passado que assombra o presente. Para que tenhamos um Brasil decente, teremos que ralar mais algumas boas décadas, ainda. O jornalismo da emissora vira alvo quando não se tem noção dessa problemática. Diante dos fatos vamos fazer o que? Tapar o sol com peneira? O jornalismo que eu pratico é o jornalismo que entrega todo tipo de falha que muita gente não quer ver! E isso incomoda. Sensacionalismo é explorar a desgraça alheia.
BGC: Quais são seus sonhos para o futuro?
RP: Um sonho profissional não realizado é, quem sabe um dia, ter a oportunidade de cobrir conflitos armados na África e Oriente Médio. Acredito que essas realidades precisam de mais exposição nas mídias globais para que um dia acabem. Sem pressão internacional milhares de povos vão continuar o derramamento de sangue, independente de ser por território ou disputa religiosa. Acho que podemos fazer mais. Gostaria muito de abraçar uma oportunidade como esta pra contar histórias, ainda não reveladas ou compreendidas.
BGC: No mês de abril, pela rede social, você fez duras críticas ao governo de Dilma Rousseff. Compartilhe conosco sua opinião sobre o atual momento da gestão do Brasil.
RP: É um fato que nosso governo tem deixado a desejar em todas as áreas. Mas, não vamos ser inocentes ao ponto de pensar que o "defeito" é só no poder executivo. Uma democracia se constrói em conjunto. Compartilho a ideia de que precisamos de uma reforma política urgente pra proporcionar a este país uma oxigenação dentro da máquina pública. O ciclo vicioso de quem articula o poder tem que ser interrompido. Novas frentes precisam surgir para governar diferente. Porque vejo, há décadas, um país que finge entender seus problemas, finge solucioná-los e finge fazer isso pela população. Nós temos que conhecer mais nossa história para não sermos enganados ou surpreendidos no presente e futuro. Os governos que vêm e vão sabem que uma população sem instrução é uma população fácil de se manipular. Independente de quem esteja no poder, eu vejo que há uma viciosa falta de vontade política pela maioria. A briga quase sempre é por interesses pessoais obscuros.
BGC: Na sua opinião, o que devemos fazer para melhorar nosso país?
RP: Devemos investir pesado em educação de qualidade. Para que no futuro sejam formados cidadãos pró-ativos, não cobaias de vestibular.
BGC: Dicas do jornalista:
Filme: A espera de um milagre
Viagem: Às Cachoeiras de Pirenópolis (pra incentivar passeios no Brasil)
BGC: Em apenas uma palavra:
Fé: Absoluta
Deus: Felicidade
Família: União
Raphael Polito: Aprendiz
Trabalho: Suor
Amigos: Valiosos
Jornalismo: Paixão
Cinema: Escola
BGC: Mande uma mensagem para os futuros jornalistas.
RP: Jamais desistam dos seus sonhos, tinta e papel têm a força necessária pra tornar muitos deles realidade.
Agradecemos ao Raphael Polito pela atenção dada ao Blog do Guinho César e desejamos muito sucesso em sua carreira e vida pessoal.
Mande sua opinião no e-mail:
Blog@blogdoguinhocesar.com
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